segunda-feira, 30 de maio de 2011

Soneto Brasileiro


A minha valentia está um tanto gasta.
-É que é tanta coisa me deixando triste. –
Sou um camundongo rugindo para a vassoura,
Eu morro à míngua no Brasil que subsiste.

Porque o Brasil devia ser república justa,
Cheia de bons homens e bons sonhos.
Mas é só mais um país de burocratas,
Onde os vizinhos não são mais do que estranhos.

-O que fazer com a minha falação ingrata?-
Diga-me, pois, se estou calado o que eu ganho?
Vou sim, mostrar-me nessa dor que não me passa,

E maldizer a minha pátria feia e triste;
Escutem bem homens da pátria tão madrasta:
EU MORRO À MINGUA NO BRASIL QUE SUBSISTE!

sábado, 21 de maio de 2011

To Cuore di Amici

Penso, penso e penso,
E quando é sobre você sempre esbarro na incompetência

De tentar lembrar como é ter um amigo de verdade...
Sensação sem par que por si já vem da disparidade da vida.
Coisa sem gosto, cheiro ou senso,
Algo sem graça que alarga a ferida...
Algo simples, vazio e imenso.
Falo,falo e falo,
E quando é sobre você meu vocabulário de poeta urbano
Parece ainda mais limitado e incapaz de exprimir minhas ideias.
E sempre, por mais próximo que seja, esbarro em
minha própria insatisfação quanto a uma descrição tua.
Suponho ser tua falta que me faz insatisfeito...
Só descrever-te sem mais é insuficiente.
Falo, falo e falo;Penso, penso e penso;
Mas acho que pouco me aproximo de tua imagem,
E sobra-me esse vazio inerte e imenso.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Eternidade - Aline Kelly

O inicio é repentino, nem ao menos o percebemos quando ele aconteceu. Vivemos o seu andar, as aventuras e todos os acontecimentos. Mas, imprevisívelmente, chega o fim. Momento que não se anuncia que só desejamos sua prolongação.
Assim é a vida, assim é esse poema, assim é o meu sentimento por você.
Não houve uma predição, um anúncio. Só o acontecimento, o nascimento. Não foi desejado, mas foi como se eu sempre tivesse o feito. Haverá um fim, infelizmente, como tudo nessa vida tem essa lei, nós não podemos ser exceção. E também não poderei saber, nem supor, quando ele chegará.
Não quero viver a vida com você como se fosse o último, a dor de todo o tempo pensar em te perder seria insuportável. Quero pensar que viveremos numa mentira chamada eternidade, e enquanto estiver pensando nisso, só poderei querer fazer de você a pessoa mais feliz, porque terei em você a minha felicidade.
Vou querer amar-te de todas as maneiras, não vou me prender a seu corpo, quero amar-te em tudo, amar o seu sorriso, a sua risada, o seu rosto, a sua paz, seus sentimentos, seus pensamentos, seu coração. Seu santuário não será violado, não quero invadi-lo, quero ser convidado, quero poder uni-me a você, e poder provar da perfeição.
O fim passará sem ser notado, porque o sentimento faria como se o tempo tivesse morrido, ou esquecido de andar, e a eternidade, sim, essa mentira, reinaria.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Taça - Aline Kelly

A taça que agora vejo
Enche-se duma bebida
Que sacia minha necessidade

Com ela desejo me saciar
Os meus lábios com os dela casar
Afim de por um breve momento
Essa necessidade poder matar

Ela eu ponho ao ar livre
Por medo de que se estrague
Sua forma e qualidade

Limito-me a não imitar
Jovens dessa minha era
Sua sede incontrolável
Faltando a ela quebrar

Admiro-me com os idosos
Pelo afeto que a dão
Mesmo que em poucos goles
O façam para saciar-se

Assim também o faço
As crianças e sua inocência
De imaginar magnífica importância
De com seu liquido satisfazer-se

E mesmo sem sede estando
Quero olhá-la simplesmente
Delinear com meus dedos sua forma
E admirá-la eternamente

terça-feira, 17 de maio de 2011

Salmo Contemporâneo

Caminhei Saltando em um pé só à beirada do abismo. Saltitei displicente entre colapsos dementes de entusiasmo sem medo, pois que medo eu teria? O senhor era meu apoio e meu guia.

Quando tantos caiam à minha esquerda e direita; Quando já não havia razão para pressupor qualquer fé ou coragem de qualquer tipo; senhor eu nada mais ouvia, pois era só tua sentença que me interessava, e esta só do senhor viria.

Que fosse feita a tua vontade e que eu presenciasse tantas quedas quanto me permitisses. Nada além do teu querer moveria meu corpo ou motivaria meus atos, e se tivesse que ouvir alguma coisa, nada mais ouviria que não a tua voz a me tranquilizar e afagar meus ouvidos.

Orei e orei satisfeito, e quando algum machucado doía que se deixasse doer, pois o senhor meu Deus via tudo, e de certo por mim proveria.

E quando por fim houve de eu cair, quando saltei para dentro do próprio abismo sem fé ou esperança de retorno, vi toda a potestade divina gritar meu nome em coro. Mas eu já não era eu mesmo, e cada anjo que tentava o meu resgate sete vezes me amaldiçoava.

Chorei lágrimas com sete vezes mais sal, e quando no fundo do abismo uma voz perguntou-me: “Como Pôde cair se sabias que o senhor te amava e sempre estaria contigo; se sabias com tanta segurança que te daria o que quisesses dentro de seu reino glorioso; como pôde abrir mão de tudo isso?”.

Respondi entre soluços de maneira tão simples quanto pude: “Estaria eu sempre em debito com o criador e isso me atormentava como um terrível castigo, e preferi deixá-lo e fugir com a minha dor, pois nada nunca pagaria o seu amor para comigo”.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

De Passagem

Sei que as coisas passam,

Os bons e os maus momentos,

As dores e sofrimentos

Em tudo quanto se vê.


Passam-me como o vento

Levando papeis e folhas,

Tornando sabão as bolhas,

Só não me passa você.


Mudam-se mil sistemas,

Morrem e nascem seres

Falam-se outros dizeres

Das coisas que a gente lê...


Encaro com indiferença,

Bem sei o que quer que mude,

Não muda o fato que aturde...

Só não me passa você.


Você que passa e não passa;

Fazendo o que quer que faça

Que olha e me deixa sem graça,

Pois parece que já não me vê.


E é só você que não passa,

Vai rua, vai gente, vai praça,

Neblina, nuvem, fumaça...

Passando com tudo que passa,


Pois só não me passa você.

Necessidade

E agora o que me resta?
Se tudo que fazia, a Força
Que me movia, vinha de você?

Você que nunca soube de verdade,
Que vivia numa mentira,
Que eu mesmo forjei.

O que agora farei?
Se nem mesmo nos meus pensamentos
Consigo agora sentir-te?

Se nem mesmo nos meus sonhos
Consigo Fantasiar
Qualquer felicidade?

Aquela a quem sorrateiramente
Guardei em meu coração,
E nessa Infinita Distância

Sinto-me
Completamente


domingo, 15 de maio de 2011

Pretenso Noturno de Amor


Pousa a tua boca sobre a minha,

Sente o quanto o meu coração acelera?

Estou à deriva sem teus braços,

E o meu tempo é um fragmento desta espera.

Porque sem amor não penso,

Sem tua imagem o que vejo não anima o meu peito.

Sem esta o meu amor é amor a nada

Que na estrada do nada se perde.

Se me abraçares não me soltes esta noite,

Quero sentir tua respiração sobre a minha face,

Ter o cheiro doce do teu corpo,

Sentir a maciez da tua boca enquanto brinca sobre a minha,

Também sou criança, meu bobo amor me faz inocente.

Cresça comigo, ame comigo,

E quando eu falar de amor ao teu ouvido,

Abraça-me com força, beija-me com desejo,

E deixa que o teu corpo dance junto ao meu

A infinita valsa da real inocência,

A mais bela valsa por baixo dos lençóis.


sexta-feira, 13 de maio de 2011

Encontro

A noite é fria, mesmo assim estou suado e ofegante. Não por doença, mas pela pressa que faço, pois o tempo corre, e uma pessoa já me espera. Embora ansioso, me sinto calmo, meus sintomas de anciã não aparecem, será um sinal, ou só a superação?
Mesmo estando numa praça, onde muitas coisas acontecem nada delas chega à minha cabeça, minha atenção está voltada pra ela. Seu charme, suas palavras, tudo isso está em foco na minha mente. Durante a conversa ela concerta um defeito invisível em seu cabelo, onde acrescenta sua beleza.
E como duas crianças, o diálogo decorre naturalmente, embora fosse o primeiro encontro.
Assim como o velho ditado, o minuto parecia ter a duração dum suspiro, como se algum pecado tivesse sido cometido, e como punição a rápida passagem do tempo fosse o castigo.
O nono badalar era o único som que desejaria não ouvir. Gostaria que os sinos desaparecessem, os relógios quebrassem, e os astros se estabilizassem em suas posições. Assim não haveria nenhuma prova de que a despedida tivesse que chegar.
Meu desejo não foi aceito, inevitavelmente a despedida foi feita. Meu lábios a cortejaram educadamente em sua bochechas, como se fizessem uma ponte sobre o que seria o paraíso aqui na Terra, mas sua habitação precisa de permissão, não permitido a mim mesmo fazer qualquer tipo de invasão.
A despedida traz a dor, mas também a esperança de um novo encontro.

P'ra que era mesmo?

Gritos e Badernas
Socos e Mordidas
Golpes e Chutes
Clavas e Pedras

Sangue e Água Santa
Lanças e Espadas
Fogo Dominado
Tudo Temperado

Armas à Pólvora
Armas a Distribuir
Exército a Educar
Nações a Dominar

Animais de Metal
Animais com Metal
Reis de Papel
Sem coroa e Réu

Cabeças Vazias
Bolsos Vazios
Cabeças Vazias
Bolsos cheios

Tudo liberado
Fome e Dor
"Vida" e Morte
Ops... Esquecemos da Paz

terça-feira, 10 de maio de 2011

Jaleco Verde

Salve Dores, Salve Doenças
Salve Acidentes e Tratamentos
Torne-se nosso Semi-Deus
E nos Salve desses Tormentos

Atenda meu Telefone
Fale minha Língua
Espere minha Fila
Use seus Óculos, Olhe-me

Faça minha Atadura
Dai-me minha Aspirina
Desligue essa Esteira
Preciso de Certeza

Entre em minha Casa
Aceite meu Zoológico
Torne-se nosso Semi-Deus
E nos salve desse sofrimento

Não troque a cor lhe dada
Onde o escarlate se destaca
Por esse novo uniforme
Coberto daquilo que não tenho

domingo, 8 de maio de 2011

Poema Infantil

Escrevi "amor" com o teu nome,
Mas ninguém sabia que amor,
Pois de amor ninguém mais sabe.
Eu mesmo que nem mais sabia,
Soube de amor- e que era amor-
Quando o teu nome escrevia...
Tentei mostrar só teu nome aos outros
Para ver se alguém me dizia;
Mas era amor o teu nome,
E de amor ninguém mais entendia.
E tentei, pois mostrar-te o meu nome,
Para ver que efeito fazia.
Nele nenhum amor encontras-te,
Pois amor por mim não havia.
Escrevi novamente o teu nome
Para sair como antes saía.
Sem amor, pois de amor nada entendo;
Só pensei por amar que entendia.

sábado, 7 de maio de 2011

Condolências

Minhas considerações a todos que foram vitimas mudas da covardia;

Aos cães que se tornaram alvos de infantaria nas guerras;

Às pessoas boas de quem os homens maus abusaram;

Às almas puras que se corromperam;

Às mulheres vitimas de estupro e crianças vitimas de abuso.

Àqueles que falharam em buscar a real bondade;

Aos cegos de nascença...

Aos jogadores de futebol que nascem sem pernas

(Sim, por que no Brasil, os meninos sem pernas também sonham);

Às vitimas de mina terrestre e bala na cabeça;

Aos que morrem sem um grande amor e aos que vivem sempre à espera de um;

A todas as criaturas sem voz que sofreram e sofrem os pequenos e grandes males da nossa desumanidade e dos caprichos do acaso, deixo minhas considerações e o meu pedido de desculpas por tudo que não posso fazer para ajudar.

Não se Assuste - Ingrid Ellen



Não se assuste se eu já disser que te gosto.
Não preciso de longa data para te considerar especial.
Não se assuste se eu já disser que é perfeitamente linda.
Não precisa superar nenhuma "competição", pois é unicamente perfeita.
Não se assuste se eu já disser que te quero bem.
Não preciso de um agrado para que eu lhe deseje infinita felicidade.
Não se assuste se eu lhe poetizar bastantes elogios.
Não preciso de uma história com você, para bem dizer sua beleza, pois ela já existe.
Não se assuste se eu já disser que te amo.
O amor é algo complexo demais para minha compreensão. e desde de que eu me sinta bem em está, falar, pensar nessa pessoa(você) já me considero amando-a.
E se eu me apaixonar?
....
Não se assuste.
Só os atores conseguem controlar seus corações, mas no palco da vida nossas falas não estão prontas, não temos ensaios, e as cortinas só fecham uma vez.
Não viverei tendo medo de valorizar por medo de sofrer, pois um medo maior eu já tenho, que é de não valorizar alguém que poderá ser a melhor pessoa da minha vida.



sexta-feira, 6 de maio de 2011

Soneto de Espelho - Elielma Rodrigues

Serão minhas Lentes a não funcionar?
Danificadas, embaçadas, riscadas?
Ou cansadas de tantas coisas enxergar?
Por pior, seria este Espelho, ou Outras?

Questões que cansamos de fazer
Nem outrem de outrora souberam responder
Todos aqueles que tentar achar
Lógica em algo tão irregular

Nossas Lentes gastam-se só de tentar entender
Sem entender que só basta piscar
Para se ter um novo olhar

E que a mudança é constante
E que nem mesmo em meu aconchego
Meu espelho me mostra o que procuro ver

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Moderníte Aguda

O meu mundo é moderno, politizado e globalizado, tem um número sem fim de intelectuais, músicos, médicos e mendigos, pessoas de todos os tipos, todos os tipos de idéia. Entre as ruas, guetos e favelas. Em cada espaço ocupado existe uma novidade anunciada: “Pague-me atenção, pois preciso que me vejas".

O meu mundo, de gente preocupada, que trabalha e paga conta, que vive uma vida massiva em busca de encaixe e entrega em vários níveis. Tão cheio de linguagens e cifras; tão abarrotado de opiniões e objetivos; tão aterrorizante de minuto em minuto; tão sinfônico, metódico, harmônico; afônico...

Existe um recado em cada rosto, está lá tudo muito bem escrito na transparência dos sorrisos desdentados e das pessoas que riem de tudo; nos gestos, nos olhares, e nas palavras caladas por um vocabulário carente. Existe qualquer coisa muito certa, tão certa que mantém todos suficientemente longe mesmo a dois passos de distância. Olhem comigo se a vida não é perfeita?Temos um sistema não temos? Nós estamos encaixados, somos felizes humanos, fazemos parte de alguma coisa – e o importante é estar encaixado, não importa onde, encaixe-se e você salvará sua alma e seu estômago da fome, você será parte do grande mundo moderno, politizado e globalizado. Tão belo mundo cheio de pessoas que nunca saberão quem você realmente é.

-Ninguém precisará nunca saber que sofres. Estarás incluído, pagarás teus tributos, serás homem de bem e poderás dizer a todos de teu sucesso como trabalhador e amante de uma ou de muitas. Falarás como te mandarem; farás o que te disserem que é correto; terás rótulos e insígnias e poderás cantar canções tristes quando estiveres sozinho e ninguém estiver vendo. Aos poucos aprenderás a lidar com a culpa e tua sanidade estará salva-.

Estamos livres para ignorar uns aos outros, a nos reter dentro de nós mesmos dizendo que há culpa maior em outra parte, de sermos tão insensíveis a tudo o que nos ocorre tão obviamente. Isso apenas denuncia a nossa carência. Nós sabemos lidar com o esquecimento e o descaso melhor que ninguém. Formamos famílias sem diálogo e montes e montes de gente que odeia o que faz. Não podemos nos dar ao luxo de reparar em o quanto as coisas saíram do controle e o quanto nós estamos perdidos de tudo o que realmente tornou a vida relevante no decorrer dos séculos.

O meu mundo moderno politizado, globalizado, é carente e cego, e estamos passando e passando sem reparar que somos os responsáveis uns pelos outros... O que adorna e consola não me serve, e eu escrevo o que escrevo apenas porque não sei mais rezar.

Rainha - Valentina Moreno

Tocavam-se Tambores, Taróis e Bateria
Tocava-se qualquer coisa com Alegria
Com ordenação ou total desarmonia
Minha Atenção voltava-se para a Rainha

Uma marcha segui em Fantasia
Perdões eu peço a minha Nação
Meus passos a ela não tinham dedicação
Minha Dedicação estava pela Rainha

Passadas eu dava sem Lamento
Seu desconhecido novo súdito
Pela sua beleza, sagaz a seguia
Meu esforço era por minha Rainha

Fui agraciado por suas Palavras e Atenção
Escutava-a e Fintava-a detalhadamente
Não era de nenhuma corte, um Bobo demente
Mas a esta Rainha, eu queria sua Atenção

A noite não chegara a cessar
Nem doze badaladas chegaram a tocar
O dela não sabera, mas meu desejo
Da Rainha do meu Reino, não tive meu Cortejo

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Minha Droga - Ticiana Nobre

Trago uma droga
Inconsciente à minha razão
Chamam-na de perdição
Inquietante fica meu coração
A cada momento que você é o meu pensamento
Nocivamente me drogo
Acabadas estão minhas opções

Não há materialidade
Ou liquido para injetar, ou pó para cheirar
Bastam apenas um olhar ou pensamento
Regojízo em mim mesmo
Enquanto você é o meu desejo

Afogado nela eu permaneço
Minha vida sem ela é incompleta
Obedeço, por isso, essa necessidade

Te amar é minha droga

terça-feira, 3 de maio de 2011

Soneto esquizóide -I

Sim senhor, somos o sonho do carpinteiro;
Embebemos nossos desejos em sangue...
-Por favor, senhores: sangue inocente!-
Somos sim senhor, o vosso pesadelo.

A fome que assola a vossa gente.
O verão de sol a pino no inferno,
A maldade perniciosa e reticente...
A crueldade tão cristã em fogo eterno.

E por mais que vos pareça displicente,
É só a verdade que vos oferecemos,
No lugar das velhas mentiras de terno.

Nada mais que a verdade simplesmente.
Pois melhor é explicitar-se na vileza
Do que fingir-se em algo bom eternamente.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Ingênuo de primavera

Vamos dizer só verdades

Se simples mentir se fazia;

Dar descanso à realidade

Vamos fazer poesia.


Vamos vestir-nos de anjos,

Esquecer o banal dia-a-dia;

Pôr o nós sobre o todo insensato,

Dar vazão ao querer que dormia.


Vamos por tudo de lado,

Ser de um o que o outro queria

Esquecer que ao sonhar só dormimos...

O amar justifica a ousadia.


Vamos juntar nossos lábios,

Ter de nós nesta vida vazia...

Aquecer-nos em abraços eternos

Vamos fazer poesia.