domingo, 24 de abril de 2011

Soneto de luz apagada

Estamos nós a deriva, em uma torrente do tudo que existe.
Seguimos dançando de máscaras, o baile da valsa mais triste.
Onde há mundos dentro de mundos, universos jamais versados,
Pequenas e grandes coisas, todas, com o seu próprio significado.

E os pobres outros pensantes, jogados por qualquer parte,
Encaixam-se todos num drama, que vai pela vida levar-se.
Dizem, escrevem e cantam; imploram ajuda a arte...
Por todo um só objetivo, simples, dizer-se vivo,explicar-se.

Deus meu, Quem dera a sorte de não ter que explicar nada.
Ser como coisa qualquer na vida... Apenas isso, luz apagada
E sem palavra alguma descrever-me como faz esta.

-És no mais a luz apagada, realidade não há além desta.
Ninguém pergunta: “por que não te ascendes”?
E assim nem respondes que é só o que resta.

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