Um poema de fim de tarde
Um poema de pós- banho,
Cheirosinho, cheirando a
Desodorante barato;
Um poema de roupa nova,
Esboçando alguma alegria,
Olhando a rua miserável
Com uma esperança de fazer dó.
Relógio no braço.
Ele me diz que, em breve,
O poema se encerra.
O poema diz que ele mente;
Se der sorte vai durar para sempre.
Eu encho os olhos d’água
E o poema se encerra,
Devagarzinho, sem fazer alarde.
Um poema como tantos outros,
Um poema de fim de tarde.
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