Um poema que fale a
verdade.
Um poema de quem está
triste.
Um poema poema mesmo,
Como nos filmes do cinema mudo;
Nada dito, tudo
entendido;
Nada vezes nada igual a tudo...
Que dá nada.
A matemática de todo o universo
A matemática de todo o universo
Em um poema de cinco minutos.
Um poema tolo e
proscrito,
Sem casca, recém-nascido;
Sem casca, recém-nascido;
Recém-destruído.
Um poema com vida
própria, com dor própria,
Com raiva própria.
Bastardo, sem pai.
Ah se fosse o silêncio
a voz do interlocutor.
O silêncio sim parece uma canção de amor eterno.
O silêncio sim parece uma canção de amor eterno.
Amor a tudo, amor a
nada...amor.
O silêncio não faz
distinção, e este poema também não deveria,
Mas o poema tolo puxou
ao criador,
E vai sofrendo por
antecipação antes do fim de cada verso.
E ele escolhe e divide, ele rima e se entrega, Ele fica e dá-se todo sonhando ser necessário.
E ele escolhe e divide, ele rima e se entrega, Ele fica e dá-se todo sonhando ser necessário.
Ele diz "me leia" como
os mendigos pedem esmola
Um verso interroga? o
próximo nega.
E ele sai quase
sozinho, vai se escrevendo.
Me deixando para traz, como sempre. Agora, poema maduro,
sabe que de sua origem nada mais importa.
Ele se encerra quase
sozinho,
me pedindo em silêncio um ponto final.
Nenhum comentário:
Postar um comentário