domingo, 5 de agosto de 2018

A morte do Lisianthus


Se os meus olhos encherem d’água,
Profundos de novos prantos,
Não te ocupes da minha mágoa,
Eu choro a morte do Lisianthus.
Que eu cuidei por toda uma vida;
Que busquei como busco a pureza,
Que amei de um amor sem medida,
Que eu quis ter como plena certeza,
E que agora esvai-se perdida
Deixando-me trôpego pelos cantos,
Pois antes fosse só outra ferida,
Mas eu choro a morte do Lisianthus.
Que levou-me parte da alma,
Que sangrou com os meus machucados
Que matei ao pecar pelo excesso,
Que morreu inocente e cansado.
E sei que haverão outras flores
Com doces perfumes e nomes tantos...
Mas não sei se outros amores,
Pois eu choro a morte do Lisianthus.


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