sábado, 17 de dezembro de 2011

Diih (Para Diana Siqueira)


Encontrei com um anjo na praça
Foi a coisa mais linda que vi.
De tão linda deixou-me sem graça
Ao dizer pr'a chamá-la de Diih.

Não a via andar: Flutuava.
E eu sonhando sem ter que dormir
Perguntando em que céu que eu estava
Em que um anjo chamava-se Diih.

E falar não falava: Cantava!
E foi música a voz que eu ouvi.
Tinha cheiro de flor e esperança
E em tudo o que é bom eu vi Diih.

E eu amei com amor de criança,
E não menos que amor eu senti
Escrevi pois, amor com o seu nome
E aos suspiros de amor disse: Diih...

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Desamante

Eu disse ao amor que não mais lhe servia...
Que, de fato, velho demais me sentia
Para adoçar o amargo de outra vida.
Eu, amar alguém? Seria audácia.
Seria pingar uma gota de óleo em um copo d'água,
E seguir rezando para que esta seguisse pura.
Eu não quero mesmo amar mais nada,
Mas o amor é tão teimoso.
Ele insiste em me pousar no ombro;
Ele me sopra coisas enquanto durmo,
E quando eu acordo, em meio ao pânico noturno,
Eu olho o espelho encarando alguém bobo.
E fico procurando as marcas do eu criança,
Que amava contente e sem medo dos machucados,
Que tinha o coração na ponta dos dedos e da língua,
E não tinha medo de sofrer à míngua
A dor de amores tão mal consumados.
E eu choro como ele chora ainda,
Em algum ponto das dores do passado,
Não mais por medo encontrar a dor infinda,
Mas pelo incômodo que é amar sem ser amado.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Soneto caótico

Digo Sim ao fogo negro que me toma;
Ao desdem violento em que me lanço.
Causo dor e sinto a mesma se te alcanço
Que me induz ao despertar de outro coma.

Como tudo que por maldade se repete
De anjo bom já faz muito nada tenho
E não serve perguntar de onde venho
Se interesse tal pergunta não remete.

O palpitar da escuridão que me consome
Me deixa tonto e embriaga como vinho
Deixando marcas do horror pelo caminho

E me deixando tanto horror quando esta some,
Que volto sempre a rastejar pelos espinhos,
Procurando o poeta na figura de outro homem.

domingo, 11 de dezembro de 2011

Chaplin-Chan (Para Clicya Oliveira)

Chaplin-Chan, O que você esconde?
E principalmente: Aonde?
Você que tem a força de um carvalho na flor da idade;
Que brilha, como uma estrelinha morta,
Mandando sinais de onde já nem se encontra...
Chaplin-Chan, o que esconde o seu sorriso?
Um dia você me conta?
Ah, Chaplin-Chan, é que os seu gestinhos
Um tanto sem graça ficam me dizendo algo,
E eu não sei dizer o quê,
Só sei dizer o quanto encanta...
E só sei dizer que hoje acordei lembrando
Dos seus olhos,
E, movendo os lábios,
Para soprar algo sobre você.
A primeira coisa que me veio a cabeça foi:
"Chaplin-Chan merece um poema",
E eu não pude deixar de sorrir,
E lembrar que agora,
Do mesmo modo que encontro
Calor e beleza na luz da manhã,
Descobri para carinho e respeito,
Uma nova palavra: Chaplin-Chan.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Ternura de eptáfio


Quando o grande e verdadeiro segredo das coisas
[for finalmente revelado
Não quero perdão, dispenso anistia.
Só quero a graça de ter-te ao meu lado.
Fitarei os teus olhos com com a maior das ternuras,
Só pedindo perdão por assim ter amado.
Falarei pois, entre suspiros:

“Beija-me apenas.”

E hei de reviver tudo até aquele momento,
E saberei que vivi só para ter te beijado.