domingo, 11 de setembro de 2011

Brisa litorânea

Sistemas, causas, pessoas,
O pesar de qualquer  pensamento
Galáxias, Cidades, notícias...
Mas eu só escuto o som do vento.
Desastres,  doenças, discórdias;
Novas estrelas, velho firmamento.
O mundo de tantas mixórdias.
E eu só escuto o som do vento
As horas, os dias, os meses...
Os homens e o seu sofrimento,
Vou vivendo entre uma e outra coisa,
Mas ouvir... Eu só ouço o vento.
Sigo no mundo perdido entre tantos...
Vivendo inconstante outro simples momento
Buscando tua voz além da voz dos homens
Eu busco ouvir-te em meio aos sons do vento.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Cinco minutos de proscrição e falsa poesia

Um poema que fale a verdade. 
Um  poema de quem está triste.
Um poema poema mesmo, 
Como nos filmes do cinema mudo;
Nada dito, tudo entendido; 
Nada vezes nada igual a tudo...
Que dá nada.
A matemática de todo o universo
Em um poema de cinco minutos.
Um poema tolo e proscrito,
Sem casca, recém-nascido; 
Recém-destruído.
Um poema com vida própria, com dor própria,
Com raiva própria.
Bastardo, sem pai.
Ah se fosse o silêncio a voz do interlocutor.
O silêncio sim parece uma canção de amor eterno.
Amor a tudo, amor a nada...amor.
O silêncio não faz distinção, e este poema também não deveria,
Mas o poema tolo puxou ao criador,
E vai sofrendo por antecipação antes do fim de cada verso.
E ele escolhe e divide, ele rima e se entrega, Ele fica e dá-se todo sonhando ser necessário.
Ele diz "me leia" como os mendigos pedem esmola
Um verso interroga? o próximo nega.
E ele sai quase sozinho, vai se escrevendo.
Me deixando para traz, como sempre.  Agora, poema maduro, sabe que de sua origem nada mais importa.
Ele se encerra quase sozinho,
me pedindo em silêncio um ponto final.